Um dos lançamentos mais aguardados de 2024, Coringa: Delírio a Dois, também é um dos mais envoltos em mistério. Sequência do aclamado filme que rendeu o Oscar a Joaquin Phoenix, a produção traz Lady Gaga como a icônica Arlequina, mas detalhes sobre a trama ainda são escassos.
Na noite de terça-feira, 10 de abril, o estúdio Warner Bros. finalmente ofereceu aos fãs um vislumbre do que está por vir com o lançamento de um trailer de 2 minutos. Apesar de despertar a empolgação do público, o vídeo também deixou muitos questionamentos sem resposta, alimentando a aura de enigma que cerca o projeto.
Com diálogos mínimos, o teaser de Coringa: Delírio a Dois tece uma narrativa fragmentada, alternando entre diferentes realidades. Arthur Fleck, o Coringa, é visto dentro do hospício, enquanto Arlequina vive sua vida em meio a fantasias e cenários teatrais. Juntos, eles dançam, flertam e até mesmo comparecem ao tribunal, mas seus propósitos e motivações permanecem obscuros.
Gaga e Phoenix se entregam à dança em cenários distintos: um palco com ares da antiga Hollywood, uma rua movimentada e um bar de jazz. A peculiaridade? O silêncio toma o lugar da voz, enquanto seus movimentos fluem ao som de “What the World Needs Now Is Love”. Essa escolha, que segue a tendência de “Wonka” e “Meninas Malvadas”, pode despistar aqueles que desconhecem a promessa de “Delírio a Dois”: 15 números musicais.
A trilha sonora será composta por um “jukebox” de músicas pré-existentes, como em “Moulin Rouge: Amor em Vermelho” e “Mamma Mia”, reinterpretando clássicos para a narrativa. A Variety confirma a regravação de “That’s Entertainment” (1953), mas detalhes sobre outras faixas e a possível inclusão de músicas originais ainda são um mistério.
Hildur Guðnadóttir, vencedora do Oscar pela trilha sonora do primeiro filme, retorna para “Delírio a Dois”, garantindo uma experiência musical memorável.
O primeiro Coringa bebeu da fonte de “O Rei da Comédia”, de Scorsese, com Robert De Niro como um humorista maníaco obcecado por um apresentador de TV. As inspirações para a sequência são menos óbvias, mas pistas surgem no trailer.
Aos 30 segundos, guarda-chuvas pretos se transformam em cores vibrantes, remetendo a “Os Guarda-Chuvas do Amor” (1964), de Jacques Demy, e seu romance malfadado. Isso pode prenunciar um final menos feliz para Coringa e Arlequina.
O mesmo momento também evoca “Dançando no Escuro” (2000), de Lars von Trier, onde uma imigrante idealista (Björk) enxerga sua vida nos EUA através de alucinações musicais, mesmo com uma realidade difícil.
Se Philips continuar bebendo da fonte de Scorsese, a estrutura de “New York, New York” (1977) pode servir de base, com um saxofonista e uma cantora apaixonados enfrentando problemas pela personalidade volátil do homem.
Independente da inspiração, a magia musical de “Delírio a Dois” não parece garantir um final feliz para o casal. Prepare-se para uma jornada intensa e complexa.
A História por Trás da Maquiagem de Arlequina
Em 1992 “Batman: A Série Animada” nos apresentou Harleen Quinzel, uma psicóloga idealista encarregada de tratar o Coringa no Asilo Arkham. A relação médico-paciente se inverteu rapidamente, com o vilão manipulando a doutora através de lamúrias românticas. Fragilizando sua psique, ele a transformou na Arlequina, sua parceira de crimes vestida em vermelho e preto.
No filme “Delírio a Dois”, a personagem interpretada por Lady Gaga se distancia da versão clássica. Harleen não é mais uma psicóloga, mas sim uma paciente em Arkham, em igualdade de condições com Arthur Fleck, o Coringa.
O trailer revela Harleen participando de um ensaio de coro e assistindo a um filme com outros pacientes. É nesse momento que ela propõe a fuga do manicômio para o Coringa. Essa iniciativa demonstra uma Arlequina mais proativa e com maior controle sobre suas ações, contrastando com a versão facilmente manipulada da série animada.
A versão de Lady Gaga promete ser mais complexa e multifacetada, explorando a tênue linha entre sanidade e loucura, paixão e obsessão. A personagem terá maior protagonismo, construindo sua própria identidade e desafiando as expectativas do público.
A nova Arlequina de “Delírio a Dois” tem potencial para ser uma personagem inovadora e memorável, redefinindo a história da Princesa do Crime para o cinema.
